Olhei em ti – primavera – alva flor nos vendavais...
Algo de raiz estanque recaindo a um nunca mais!...
Sorrisos de encantar cenas, luzeiros em cada olhar...
– Mirada que prendeu sonhos que não querem regressar!
Mirei em ti – calmaria – rio manso que escorre ao léu...
Braços de buscar guarida, cabelos da cor do mel!...
Quimeras redesenhadas nos rumos de uma poesia...
– Rancho novo (quincha e barro) pros meus abrigos do “um dia”!
Busquei em ti – tempestades – vento e mormaços na pele...
Calor me aquecendo os rumos, por mais que o tempo enregele!...
Algo de buçal trançado sobre os descasos de potro...
– Um abraço que, espelhado, busca os braços de um outro!
Sonhei em ti – corredores – ganhar o mundo por conta...
Descobrir dentre as quimeras o que tua fala não conta!...
Cerca que repreende o longe, mas direciona meu prumo...
– Um tanto de sombra mansa... aguada... e de novo ao rumo!
Vivi em ti – temporário – cativo de um sonho eterno,
Enquanto duraram os giros do mundo que almejei terno!...
E assim meu amor constante, vencendo o tempo insistente,
Renovou destino e estrada: e, em ti, quis morar pra sempre!!!