Ó os menino tomando a pílula azul
E o céu tá caindo é o fim desse mundo
Mano só me dá meu drin' que eu vou lá pro estú
Pra me livrar de tudo que me estressa
Eu juro, eles vão pagar o que devem
Ó como eu chego no rolê ê ê
E a carteira cheia de peixe ê
Querem saber do cabelo vermelho, oquei
A pílula vermelha foi pra mente
Tô com a ideia que liberta a mente
Por isso tu não tá enxergando
Ligam a lâmpada na sua cara
O mundo te cega com tudo que é branco
Castigam a Redenção de Cam
Ricardo Salles ainda vai ouvir
A fúria do pássaro tincuã
O rosto é branco, o olho é claro
E a cara é do genocídio secular
Tá achando ruim, branquin?
Olha a nossa história e ache muito mais, é
Fácil ser do contra pra quem não treme
Curupira Bastardo Inglório
Infiltrado igual Hugo Stiglitz
Mas Abú, você também é branco
Não é contraditório falar deles assim?
É mais profundo que isso, irmão
Pílula azul Prra Como o céu
E o céu tá caindo é o fim desse mundo
Mano só me da meu drink que eu vou lá pro estú
Pra me livrar de tudo me estressa
Eu juro, eles vão pagar o que devem
E o céu tá caindo é o fim desse mundo
Mano só me da meu drink que eu vou lá pro estú
Pra me livrar de tudo que
Cada juruá vai pagar tudo o que deve
Eu penso que não há como estudar o racismo no Brasil sem estudar a bran-branquitude
Porque afinal foram os brancos que criaram o racismo
A branquitude é isso, é esse lugar que se sente o padrão de humanidade
Enquanto os outros são vistos como diferente
O não-indígena, ele precisa tá com o indígena na luta
Porque a causa indígena, a luta indígena é de todo mundo
A gente não consegue fazer essa conversa avançar porque
As pessoas entram em uma posição de defensiva
As pessoas brancas principalmente, quando a gente coloca
Esse grande bode em cima da mesa, sacou?
Mas essa conversa, ela precisa acontecer
E ela não é desagradável somente pras pessoas brancas
Porque toda vez que uma pessoa preta fala sobre isso
Ela precisa abrir uma ferida, e reabrir uma ferida
Ie mano, cadê a chave do meu carro?
Não mano, tô de boa, valeu